DAS FÁBULAS À POESIA: OS ANIMAIS EM VINICIUS DE MORAIS


DAS FÁBULAS À POESIA: OS ANIMAIS EM VINICIUS DE MORAIS
Alan Marinho Cesar[*]; Maria Francimária Cavalcante**


No descomeço era o verbo.
Só depois é que veio o delírio do verbo.
O delírio do verbo estava no começo, lá
onde a criança diz: Eu escuto a cor dos
passarinhos.
A criança não sabe que o verbo escutar não
funciona para cor, mas para som.
Então se a criança muda a função de um
verbo, ele delira.
E pois.
Em poesia que é voz de poeta, que é a voz
de fazer nascimentos -
 O verbo tem que pegar delírio.

Manoel de Barros


RESUMO
Falar sobre a literatura infanto-juvenil, apesar de ser uma atividade prazerosa, não é tarefa tão fácil quanto parece, afinal, para entendê-la precisa-se, antes de tudo, compreender o público a quem ela se destina. Toma-se por objetivo nesta análise o uso de que Vinicius de Morais faz de personagens animais em seus poemas infantis, aproximando-os das Fábulas surgidas na Antiguidade Clássica/ Oriental. Para tanto, faremos uma breve análise da história da Literatura Infanto-Juvenil, desde suas formas iniciais, passando pela sua criação definitiva na Idade Moderna até a contemporaneidade. Em seguida tem-se também uma rápida abordagem em relação à poesia infantil e, por fim, a análise dos poemas escolhidos: “o pato” e “o gato”.

Palavras Chave: Literatura Infanto-Juvenil; fábulas; poesia; Vinicius de Morais.



























As origens da Literatura Infanto-Juvenil

Nem sempre houve uma literatura infantil, na verdade as primeiras narrativas de que se tem conhecimento para o público infantil foram antes escritas para adultos e só posteriormente, por volta do século XVII, tornaram-se leitura quase que obrigatória pelas crianças.
Essas primeiras narrativas surgiram em tempos longínquos, que remontam à Antiguidade Clássica (algumas também à Antiguidade Oriental) e que, na maioria das vezes, foram propagadas via tradição oral até o momento em que foram realmente coletadas e documentadas por escrito.
Nelly Novaes Coelho nos fala do papel e da tarefa desempenhada pela literatura ao longo da evolução pela qual tem passado a humanidade desde os primórdios dos tempos.

Daí a importância de rastrearmos as origens da Literatura Infantil, hoje conhecida como ‘clássica’, a partir de seus ancestrais ou de sua célula-máter: a Novelística Popular Medieval, que, por sua vez, tem suas raízes mais remotas em certas fontes orientais (Índia) ou, mais precisamente, indo-européias.(COELHO, 1991a: 12).

Escritores se tornaram célebres ao transcrever as histórias do folclore ocidental. Essas histórias repletas de magia e fantasia foram narradas através dos séculos, mantidas vivas pela memória popular. Para Nelly Novaes Coelho a difusão se deu durante a Idade Média, tendo-se duas correntes: a de tradição oral (folclore, lendas da antiguidade clássica ocidental e oriental adaptadas à realidade do medievo), dita popular e as novelas de cavalaria, dita culta.
Vendo pelo lado histórico social, ambas as correntes acima citadas seriam então resultantes de um processo histórico de transformações pelo qual passou a Europa durante a Idade Média, resultado direto de (pré)conceitos surgidos ainda no Império Romano (Idade Antiga) e que tiveram seu amadurecimento na época medieval, resultando no aparecimento de uma nova sociedade ao fim deste período, caracterizada pelo renascimento sócio-cultural e pela entrada do ocidente na chamada Idade Moderna.
Ainda segundo Coelho:

Nesses dez séculos ‘medievais’ realiza-se, pois, o longo e complexo processo histórico-cultural que prepara a Idade Moderna, durante o qual, como num cadinho de alquimia, se foram fundindo (aquecidos pelo fogo espiritualista cristão): a vitalidade rude, a violência instintiva e o sangue novo-primitivo dos bárbaros com os valores civilizadores da Antiguidade Clássica Greco-Romana que (registrados pela palavra escrita em numerosos manuscritos) haviam permanecidos nos conventos, sob a guarda dos primitivos padres da Igreja.
Através dos manuscritos ou das narrativas transmitidas oralmente e levadas de uma terra para outra, de um povo a outro, por sobre distancias incríveis, que os homens venciam em montarias, navegações ou a pé, – a invenção literária de uns e de outros vai sendo comunicada, divulgada, fundida, alterada... Com a força da religião, como instrumento civilizador, é de se compreender o caráter moralizante, didático, sentencioso que marca a maior parte da literatura que nasce nesse período, fundindo o lastro oriental e ocidental. ... (COELHO, 1991a: 32-33)

Dessa forma a literatura difundida na época medieval, sejam os contos orais (tradição popular) ou as novelas de cavalaria (tradição culta), nada mais era do que uma representação da sociedade que a utilizava - fosse como uma mera forma de contar a história de seus antepassados (suas origens) aos seus filhos ou como um meio de afastar e/ou materializar seus medos e suas fantasias e até mesmo uma forma de ensinar princípios éticos e de convívio social.
Devemos aqui fazer uma ressalva quanto ao conceito de representação que segundo Chartier (2000) é usado para a compreensão (pelos homens de determinada época) de sua sociedade. Representação seria, pois, a visão (no sentido de idéia ou imagem) que um determinado grupo social ou individuo cria ou tem de um objeto (este pode ser uma pessoa, um período histórico, um acontecimento, enfim), sendo que esta representação está diretamente ligada à forma como este grupo/indivíduo ver (ou percebe) o mundo (BARROS, 2004). Também para Antonio Candido a literatura produzida e difundida por uma determinada sociedade pode ou não ser produto direto do contexto sócio-cultural em que esta esteja vivendo ou pode depender da relação do conteúdo com o público leitor. Ele chega mesmo a afirmar que “a literatura é também um produto social, exprimindo condições de cada civilização em que ocorre.” (2000: 19)
Levando estes conceitos em consideração, quanto mais as sociedades do ocidente iam refinando seus costumes, mais elaborada tornava-se sua “arte literária”. Com o fim da Idade Média, o advento da Idade Moderna, o renascimento cultural e tantos outros acontecimentos que ocorreram praticamente ao mesmo tempo, vai surgir uma nova forma de agir e de pensar. As sociedades passam então a ter novas necessidades, citando-se inclusive o real surgimento de um tipo de escrita voltada para as crianças. Foi na corte de Luiz XIV, o “Rei Sol”, na segunda metade do século XVII, que pela primeira vez “se manifesta abertamente a preocupação com uma literatura para crianças ou jovens.” (COELHO, 1191a: 75).
Como pioneiros neste novo gênero literário, podemos citar: As Fábulas de La Fontaine (1668); Contos da Mãe Gansa de Charles Perrault (1691-1697); Os Contos de Fadas de Mme. D’Aulnoy; Telêmaco de Fênelon, os contos de narrativas do “maravilhoso” de autores como Andersen, e os Irmãos Grimm.
São textos que tem por características uma grande dose de fantasia e imaginação e que tomam por base o folclore popular. No entanto deve-se atentar para o fato de que esta literatura dirigida às crianças não tomava por objetivo apenas divertir, tinha também o intuito de educar, como nos afirma Coelho.

As Fábulas

Dentre tantos gêneros voltados para a infância, façamos uma breve explanação acerca de um desses gêneros tão antigos e que ainda hoje encanta não só as crianças, mas também adultos de todo o mundo.  Falemos um pouco das Fábulas.
Aparentemente as primeiras Fábulas surgiram no oriente e foram introduzidas no ocidente pelo escritor grego Esopo, por volta do século VI a.C. Alguns séculos depois, um escrevo romano de nome Fedro (século I a.C.) as teria aperfeiçoado enriquecendo-as estilisticamente. Já no século XVII, surgem então as Fábulas de La Fontaine, que embora tome por base as Fábulas greco-latinas, escreveu-as de uma forma diversificada. Para Coelho (1991b), ele teria “reinventado as Fábulas”, devido à forma de escrevê-las.
Sobre as Fábulas em si, temos que “Fábula (lat. fari = falar e gr. phaó = dizer, contar algo) é a narrativa (de natureza simbólica) de uma situação vivida por animais, que alude a uma situação humana e tem por objetivo transmitir certa moralidade.” (COELHO, 1991b: 146).
 As Fábulas usam em geral animais como personagens, mas não animais comuns. São animais que possuem qualidades antropozoomórficas, ou seja, possuem algumas características de animais e outras humanas. Na verdade vivem em situações e possuem até mesmo sentimentos inerentes aos humanos. Esse tipo de literatura traz sempre fatos que levam o leitor a pensar e tirar daí exemplos a serem apre(e)ndido, como se fossem verdadeiras lições de moralidade.
 Quanto à motivação para a escrita dessas fábulas, o próprio La Fontaine (1668), em prefácio de sua obra Fábulas, fala o seguinte:

Sirvo-me de animais para instruir os homens.
[...]
Procuro tornar o vicio, ridículo.
Por não poder ataca-lo com braço de Hércules.
[...]
Algumas vezes oponho, através de uma dupla imagem,
O vicio à virtude, a tolice ao bom senso.
[...] (LA FONTAINE  apud COELHO, 1991: 147)

Como veremos a seguir, a fábulas tanto de la Fontaine quanto as de outros autores inspiraram muitos dos textos infantis na contemporaneidade.

A Literatura Infantil na contemporaneidade

Na nossa contemporaneidade, as narrativas que surgiram há alguns séculos atrás continuam mais atuais do que nunca. São lidas para e pelas crianças com o intuito de que estas tomem contato com o mundo da literatura, utilizando a fantasia como uma forma de incentivar o lado lúdico de cada uma.
Interessante notar, no entanto, quão grande é o numero de adaptações que surgem a cada dia. Novas histórias e novos textos que sempre tomam por base ou mesmo se inspiram nas boas e velhas histórias infantis.
No Brasil esta realidade não é tão diferente. A literatura brasileira não fica de fora dessa idéia, muitos são os autores que se dedicam a tão nobre tarefa, muitos são os contos que surgiram de suas penas (ou será que devemos dizer de seus teclados, uma vez que estamos na era da computação). Muitos dos quais se utilizam das narrativas antigas para criarem suas próprias histórias, que assim como aquelas em que se espelham, são histórias criadas para encantar e “dar asas à imaginação”.
 Dentre alguns dos principais autores da literatura infanto-juvenil brasileira, podemos citar Monteiro Lobato, Ana Maria Machado, Lygia Bojunga, Pedro Bandeira, Clarice Linspector, entre outros.

A poesia para o público infantil

Escolhemos aqui tratar de um autor bem específico que nos apresenta também um gênero literário todo especial. Falamos aqui da poesia para crianças e de um de seus principais representantes, Vinicius de Morais.
 A poesia para crianças vem ganhando espaço nos últimos tempos.

Com a eclosão modernista, a partir dos anos 20, na produção poética para adultos começam a aparecer textos que, recusados pelos adultos (normalmente ‘conservadores’ e ainda incapazes de compreender ou aceitar o novo código verbal que surgia...), são plenamente aceitos pela meninada. Tal fenômeno justifica-se pelo ludismo incorporado à própria matéria poética.
Assim, uma das características da poesia modernista e pós modernista (ou das formas poéticas populares) é a exploração da sonoridade das palavras e do ritmo que as impulsiona. (COELHO, 1991b: 209)

É exatamente a sonoridade e o ritmo que mais chamam a atenção das crianças para esta poesia. Vale lembrar que se antes a poesia tinha um caráter pedagógico a partir dos anos 60 essa já não é mais uma característica essencial aos textos poéticos infantis. (LAJOLO; ZILBERMAN, 1988). O ludismo é agora a característica principal das mesmas.

Tendo sua origem mais remota nas manifestações populares, a poesia infantil resgata, tanto no seu plano fônico quanto no âmbito semântico, propriedades específicas da poética popular, como o apego à sonoridade e ao ritmo, a narratividade simples, o mundo mágico-maravilhoso, a linguagem repetitiva, o apelo à emoção (em oposição à racionalidade do discurso culto), a intenção pedagógica etc. (SILVA, 2006: 361)

O poeta

Vinicius de Morais é dos muitos autores (e o mais atual) que escreveu poemas para crianças. Considerado um poeta modernista, nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 19 de outubro de 1913. Ao longo de sua vida foi diplomata, dramaturgo, jornalista, poeta e compositor brasileiro. Deu início a um dos maiores movimentos da música brasileira, a Bossa Nova. Suas peças foram encenadas nos maiores teatros do Brasil, seus poemas sao conhecidos em todo o mundo. É, normalmente, conhecido como o poeta da sensualidade, mas não se torna uma surpresa constatar que também escreveu para os pequenos leitores. Vinicius faleceu em 09 de julho de 1980, também, na cidade do Rio de Janeiro.

Poeta do Amor e da Sensualidade mais profunda, Vinicius nao seria, talvezm a voz adequada para falar às crianças. Entretanto ele o fez e em muitos momentos de sua poesia infantil reencontra a ingenuidade do olhar antigo e se deixa arrastar pelo ludismo, que é indispensavel à comunicação com a criança. (COELHO, 1991b, 220)


Entre rimas e palavras

Selecionamos aqui dois poemas de Vinicius de Morais e tentaremos agora fazer uma breve análise sobre os mesmo, mostrando aspectos que teriam, provavelmente, influenciado Moraes no momento de escrevê-los.

O pato
Lá vem o Pato
Pata aqui, pata acolá
Lá vem o Pato
Para ver o que é que há.
O Pato pateta
Pintou o caneco
Surrou a galinha
Bateu no marreco
Pulou do poleiro
No pé do cavalo
Levou um coice
Criou um galo
Comeu um pedaço
De jenipapo
Ficou engasgado
Com dor no papo
Caiu no poço
Quebrou a tigela
Tantas fez o moço
Que foi pra panela.

O gato
Com um lindo salto
Lesto e seguro
O gato passa
Do chão ao muro
Logo mudando
De opinião
Passa de novo
Do muro ao chão
E pega corre
Bem de mansinho
Atrás de um pobre
De um passarinho Súbito, pára
Como assombrado
Depois dispara
Pula de lado
E quando tudo
Se lhe fatiga
Toma o seu banho
Passando a língua
Pela barriga.


O primeiro poema, “O pato”, aparentemente poderia ser divido em cinco estrofes, com quatro versos cada uma. Possui rimas mais ou menos regulares, trazendo, no entanto uma ótima sonoridade e um ritmo bem interessante. Esse poema é normalmente cantado para as crianças, sendo que a sonoridade se dá pela aliteração dos fonemas P e T, (pato, pateta, pintou). O que se percebe neste poema é que temos um pato bem atrapalhado que não gosta de seguir regras? Em uma análise mais detalhada temos que:
Esta primeira estrofe da aparência de um pato todo atrapalhado, (Lá vem o Pato /Pata aqui, pata acolá / Lá vem o Pato / Para ver o que é que há), que chega cambaleante. A partir da segunda estrofe, no entanto seu comportamento muda por completo (O Pato pateta / Pintou o caneco / Surrou a galinha / Bateu no marreco), uma vez que não mais cambaleia, agora ele já sai por ai fazendo “estripulias”, mexendo com os outros animais, fazendo “traquinagens”. Na terceira e quarta estrofe ele começa já a sofrer por causa de suas ações (Pulou do poleiro / No pé do cavalo / Levou um coice / Criou um galo // Comeu um pedaço / De jenipapo / Ficou engasgado / Com dor no papo). Esses acontecimentos poderiam ter sido evitados caso ele permanecesse quieto, coisa que ele parece não conseguir fazer. Para finalizar a quinta e ultima estrofe (Caiu no poço / Quebrou a tigela / Tantas fez o moço / Que foi pra panela), mostra claramente o que aconteceu com o “animal” que não conseguia ficar parado sem aprontar das suas. Devido as suas ações, que não podem ser classificadas exatamente como boas, ele acabou indo parar na panela.
 O segundo poema, “O gato”, também está dividido em cinco estrofes, com quatro versos cada uma, a exceção da última estrofe que possui cinco versos. Este poema também possui rimas mais ou menos regulares e o ritmo e a sonoridade fica por conta das aliterações dos fonemas L, S, P e T. Quanto a uma análise mais detalhada, este é um poema bem simples e sua beleza está exatamente no ponto em que o autor traz à tona características clássicas do animal em questão (o gato).
Na primeira estrofe, o autor mostra ser o gato um animal bem seguro de si, que tem confiança e sabe o que quer (Com um lindo salto / Lesto e seguro / O gato passa / Do chão ao muro). Porém se muda de opinião, não hesita em executar uma nova ação (Logo mudando / De opinião / Passa de novo / Do muro ao chão). Este felino seria também um animal que gosta de brincar (mesmo que a custas de um outro animal), como se vê na terceira estrofe: E pega corre / Bem de mansinho / Atrás de um pobre / De um passarinho. Na quarta estrofe, ele parece estar arrependido do que fez (para assustado), como vemos: Súbito, pára / Como assombrado / Depois dispara /Pula de lado. Por fim, o autor denota também a tranquilidade do animal: E quando tudo / Se lhe fatiga / Toma o seu banho / Passando a língua / Pela barriga.
O que se pode falar acerca dos poemas de Vinicius, destes poemas escolhidos, é o fato de Vinicius tomar por tema os animais, em uma possível referência às antigas fábulas. Nos poemas de Vinicius, assim como nas Fábulas percebem-se certo ensinamento moral, que, consequentemente, será absorvido pelo “pequenos leitores”. No primeiro poema, por exemplo, o pato travesso, por suas ações insensatas, acabou tendo um final trágico, enquanto que o gato, que seria um animal sábio, brinca tranquilo, sem causar grandes danos a ninguém. Isso traria a ideia de que cada um tem para si aquilo que busca por merecer.
 Portanto, os poemas aqui comentados, além de trazer à tona o lado lúdico, trazem um ensinamento que não chega a ser exatamente de caráter pedagógico, mas que fazem ao pequeno leitor considerar ao final da leitura uma espécie de pequena lição que vai auxiliá-lo ao longo de seu aprendizado. Com isso, a literatura contemporânea tem sim aspectos herdados dos antigos gêneros, ao escolher por temas poesias com animais (figuras que atraem a atenção dos leitores iniciantes). Vinicius nos mostra que os ensinamentos das Fábulas ainda estão bem presentes no nosso cotidiano.

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[*] Graduando em Licenciatura em Letras - Língua Portuguesa e Literaturas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN. E-mail: alanrasec@hotmail.com
** Formada em História pela UFRN, atualmente graduanda em Letras pela UFRN e Professora da rede pública Municipal de Ensino de Natal/RN. E-mail: mfrancimaria@yahoo.com.br

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