COVARDIA


         Ultimamente, algumas virtudes de polo contrário tem chamado minha atenção, como o cinismo, a inveja, a fofoca e a covardia. Hoje, quero falar sobre esta última. O que é covardia? Olhando rapidinho na internet (Wikipédia), atribui-se a seguinte nota: é um vício que, convencionalmente, é visto como a corrupção da prudência, oposto a toda coragem ou bravura. É um comportamento que reflete falta de coragem; medo, timidez, poltronice; fraqueza de ânimo; pusilanimidade ou ainda ânimo traiçoeiro. Inicialmente, algumas dessas características só fazem mal ao próprio ser detentor de tal comportamento. Mas, quando o covarde se utiliza de “traiçoerismo”, as consequências se alastram.
         Atitudes dessa natureza são observadas em diversos tipos de ambiente sociais, desde o seu próprio lar até o seu local de trabalho, sem se esquecer da escola e dos falsos amigos. No ambiente familiar é possível que existam pessoas traiçoeiras entre os próprios entes, mas, acredito que seja uma minoria. O perigo pode está em um agregado que não valorize os laços de sangue e morais. O mais comum, embora eu não tenha dados estatísticos (que poderiam ser adquiridos por entrevista), deve ocorrer no campo profissional. Digo isso porque é no trabalho que se busca a promoção – mostrar que se é competente e capaz -, onde se esquece dos valores éticos em busca do tão sonhado poder.
         Ainda sobre o circo profissional há a covardia desnecessária alicerçada pela hierarquia. Exemplo: se ocupo um cargo que me dá poderes sobre diversos subordinados, não preciso massacrá-los e/ou humilhá-los para confirmar que tenho poderes e pensar que sou melhor que qualquer outra pessoa. Estou certo que o acaso e a sorte batem na porta de alguns e os levam a posições indevidas; e a maior prova disso é o mal-uso que fazem enquanto estão no exercício. Na porta dos escritórios dessas criaturas bem que poderia estar escrito falta-se bom-senso. Muitas vezes o uso de atitudes agressivas por pessoas que se sentam em cadeiras de cargos mais elevados que julgam ser mais digno daqueles que põem a mão na massa se justificam pela ignorância técnica e educacional.
         A covardia também é encontrada por trás de pessoas que se dizem religiosas. Quando vejo um ser com a bíblia debaixo do braço dizendo-se o sabedor da palavra divina, dizendo-se o justo e o humilde, coloco, imediatamente, um pé na retaguarda. Conheço pessoas que são assim! No cara-a-cara são amigos. Em surdina querem prejudicar. Os mandamentos recebem uma nova leitura: inversamente proporcional ao ato da bondade e da boa-fé. Não estou generalizando, pois admiro qualquer pessoa que exerce suas crenças de bom coração, com respeito aos seus pares e realiza o bem sem vanglorismo. Infelizmente, há pessoas dessa espécie em todos os cantos do mundo, suponho.
Portanto, o que se precisa fazer no trato com esses seres de má-índole é manter o controle da situação (sei que nem sempre é possível e, às vezes, a paciência explode), ouvindo-os o mínimo necessário e falando-lhes nada. Paciência. Covardes, mantenham-se à distância.


Texto de Alan César
10 de maio de 2012


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