A MUDANÇA DO COMANDO (LULA – DILMA) E DO DISCURSO


Por Alan César
Se me perguntassem qual matéria que li nos últimos dias ou meses que tenha me despertado curiosidade, eu responderia que não apenas uma matéria me chamou atenção, mas uma sequência de reportagens acerca da atual presidente da república e de seu antecessor. Percebo que a revista de maior circulação semanal do Brasil se opôs contrariamente ao Governo Lula. Mesmo diante da incessante tentativa da revista em mudar a opinião pública em desfavor do ex-presidente, e apesar de sua grande rotatividade, não conseguiu impedir a vitória de sua candidata.
Mas, o que é curioso nas matérias publicadas por tal revista é a mudança de discurso sobre a chefa do executivo. Enquanto ela se apresentava como candidata e tinha sua imagem vinculada à Lula não faltavam argumentos por parte da revista que tentassem impedi-la de chegar ao planalto central. Depois, ao assumir o comando, a presidenta (como gosta de ser chamada), aos poucos, começou a tomar medidas que, provavelmente, não seriam seguidas pelo antecessor, como, por exemplo, mediante atos de corrupção ou ilicitude afastar ministros das pastas envolvidas. Além disso, tem procurado manter pessoas com habilitação técnica para assumir cargos importantes no Governo.
No entanto, a curiosidade não está na mudança de rumo adotado por Dilma Russelff, e sim na virada do discurso da revista em questão. Pois, na medida de que a presidente se aproxima de Luiz Inácio Lula da Silva ou toma atitudes semelhantes a ele, não lhe faltam críticas. Quando age diferente, ou seja, faz aquilo que ele discordaria ou não executaria, logo é elogiada e tida como detentora de atitudes prudentes.
Ao levantar esta questão, parece-me que o problema (e o modo parcial) da revista não está em tecer críticas diretas ao Partido dos Trabalhadores (PT), está, na verdade, na conduta do ex-presidente. Fato que se comprova pela nítida satisfação da redação sempre que Rousseff desvia os caminhos do Brasil, saindo da linha tradicional do PT, ou melhor, da via Lula. E se confirma mais ainda pelas constantes manchetes que anunciam a era DILMA-DILMA, deixando para trás as eras LULA, LULA-DILMA e DILMA-LULA, que segundo a revista formam um período, se não ruim, de atraso para o povo brasileiro.
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Mesmo que determinadas publicações pareçam ataques pessoais a certos políticos cumprem com o seu papel social em parte, forçando-os a ficarem atentos e os fazem saber que há toda uma nação “acordando” para o muito que já nos foi tirado. Para se melhorar, a imprensa deve se aproximar da total imparcialidade, se anseiam pela credibilidade.

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